fevereiro 26, 2016

Amamentar ou não, eis a questão.


Grávida de 32 semanas da Leonor.


A maioria das mães faz o melhor pelos filhos. E o melhor é amamentar, disso não há dúvidas. Melhor para o bebé (defesas), melhor para a mãe (ajuda a emagrecer) e melhor para a carteira (é mais barato). Amamentar fez-me perder 20 kgs em 15 dias (sendo que só tinha ganho 18 kgs com a gravidez). A minha canina devorava o meu leite (gretou-me os mamilos ao fim de 1 hora de vida extra-uterina!!!!). Ao fim de 15 dias as coisas complicaram-se: a dor era mais que muita, e para me dar um susto de morte, começou a vir sangue misturado com o leite. Falei imediatamente com a minha médica que me disse para interromper a amamentação e dar fórmula à Leonor.

A semana seguinte foi horrível. Senti-me menos mulher, menos capaz de ser mãe, culpada...A minha mãe dizia-me para não estar assim, que não era isso que iria fazer de mim melhor ou pior mãe. Outras pessoas da minha família alargada diziam-me para continuar a tentar. O Pedro dizia que o corpo era meu, e que aquilo que decidisse estava bom para ele, que já não vivemos no século XVIII, etc e tal. O pediatra da Leonor disse que não vivemos em África, cá existe água potável e fórmulas muito boas e que não valia a pena estar a pensar mais nisso.

Mesmo assim chorei...com ela nos braços...de cada vez que lhe dava um biberão...ao fim de um tempo comecei a pensar que estava a ser parva. Eu era a mesma mãe e ela era a mesma filha. E amamentar revelou-se para mim o pior de ter uma criança.

Nesta gravidez tive de tomar a decisão de não amamentar. Pronto. Está decidido. Podem pensar que sou egoísta, má, e que não gosto da minha filha. É tudo mentira. Não quero sofrer e acima de tudo não quero que a minha filha veja a minha cara de sofrimento. Não é suposto ser assim. Não é suposto que os primeiros tempos de vida de uma criança causem tanto sofrimento.

E reparem que não defendo o abandono da amamentação....mas no meu caso é o melhor.

A primeira coisa que a Maria fará quando nascer será mamar. E no tempo em que estiver no hospital irei amamentar (até porque vou ter a bebé no Hospital de Santa Maria e é política deles só deixar amamentar). Mas quando chegar a casa, vou ter umas latinhas de NAN à minha espera! E vou gostar tanto da minha filha como qualquer outra mãe!

As mulheres sentem uma pressão enorme da sociedade em geral, e da família em particular. Ou é para ter filhos, ou é para amamentar, ou é para deixar o filho e voltar ao trabalho (isto para mim é o pior...), ou é porque não se sentem capazes de ficar com o bebé e o colocam na creche ao fim de 4 meses. Acho (tenho a certeza) que cada caso é um caso, e cada mãe saberá o que é melhor para si e para o seu filho. Porque na generalidade dos casos, uma mãe quer sempre o melhor para os seus filhos. E as mães, por tudo isto que referi e por mais umas coisas, merecem ser felizes com os filhos e desfrutar de cada instante que passem com eles. No meu caso, amamentar fazia o inverso!

Beijinhos

2 comentários:

  1. Desta vez pode correr bem, no primeiro correu tudo super bem, no segundo também fiz logo ferida e sangue,insisti e sofri, até que desisti. Tenta, pode ser que corra bem,se não as latinhas são para isso mesmo. Beijinho

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