fevereiro 21, 2016

A culpa é da mãe.

Sou formada em Psicologia. Clínica. Psicodinâmica. Para mim, escolhi a profissão e o curso certo. E o que aprendi, de forma muito resumida, é que a relação mãe-bebé vai condicionar todo o futuro da criança. A forma como nos (mães) vamos relacionar com o bebé irá influenciar todas as relações futuras. É a primeira relação do bebé, e portanto deve servir de "exemplo" para as relações futuras. Mas, vamos lá não cair em fundamentalismos...

Eu, tendo sempre presente isto tudo, e com a minha formação como base, tendo a ter presente princípios básicos da psicodinâmica, de modo a não envergonhar Freud! Mas, para mim, a minha formação tem sido uma pedra no sapato. E eu tento esquecer-me dessa formação, e tento ser apenas mãe. Sou mãe. Nesta fase da minha vida, em que não estou a exercer, o ser mãe ocupa-me todo o tempo. Em tempos diferentes sou estas 2 coisas, mas nunca as sou em conjunto. Ou seja: eu não sou a psicóloga da minha filha. 




Tendo por base esta ideia: não sou psicóloga da minha filha, tento levar uma vida calma e tranquila, pondo de lado todo o "sentimento de culpa" por ter feito isto ou aquilo à minha filha. Faço sempre em consciência e não sou perfeita, como todos esperam. "Ah, és psicóloga, é mais fácil para ti ser mãe". Não, não é. Claro que eu, tendo presente que as rotinas são importantes, aplico-as com a minha filha. Claro que, sabendo que o deitar cedo é muito importante, deito a minha filha sempre cedo. Mas para fazer isto não é necessário ser psicóloga...é preciso bom senso para perceber que é o melhor para os nossos filhos. Ter rotinas e horários e regras. Mas, por exemplo, só amamentei 15 dias, e isto para o Freud era pecado (custa-me que um homem opine sobre este assunto...). 

Penso que para uma mãe, que está a tentar fazer o melhor pelos seus filhos, estar sempre a ouvir: "Ah, mas tu és psicóloga, a tua filha não devia fazer birras." Claro que devia, claro que deve. Ainda ontem à tarde fez uma birra enorme porque não a deixei mexer no lixo. É a vida. E é assim que se forma a personalidade. Não é tanto pelas cedências, mas mais pelas recusas. Isto dava para escrever um livro. Mas tenho a certeza que já existe por aí um livro de uma mãe que por acaso é psicóloga.

Se tiverem amigas/amigos nesta situação, não lhes digam coisas como as que ouço...porque acabamos por nos sentir mal por afinal ter um filho como os outros! 


Beijinhos

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