fevereiro 29, 2016

Autonomia vs Segurança

Escolhi "deixar de trabalhar"para ficar em casa com a minha filha. Cansativo, mas muito gratificante, para mim e para ela. Tenho estado sempre presente em todos os passinhos dela, dando-lhe o incentivo e a segurança que todas as crianças precisam. Segurança para fazer as descobertas inerentes à idade dela, vê-la cair e saber que no momento a seguir à queda pode vir chorar para o meu colo. Segurança para estar a brincar e a fazer as experiências dela, e de vez em quando vir ter comigo. Considero isto muito importante para o desenvolver de capacidades cognitivas e emocionais. Acredito que fiz a escolha certa, quando a ouço, toda segura de si.




A Leonor tem sido um bebé fácil de cuidar (não sei se seria assim tão fácil se tivesse ido para uma creche, por exemplo) . Muito irrequieta quando acordada, e só quer andar de um lado para o outro, mas que se deixa ficar na cama cerca de 14 horas por noite. Sempre dormiu muito bem. Ainda não teve doente, e as vacinas que vai levando não lhe causam qualquer transtorno. Muito bem-disposta e alegre. Raramente faz birras, mas quando faz é a sério!

Mas isto de ter a mãe em casa a cuidar dela, implica também o apego (por vezes excessivo) à mãe. A autonomia, também muito importante para a formação da sua pessoa, está comprometida pela minha presença constante? Isto é das coisas que mais me fazem confusão...saber quando é demais a minha tentativa de dar segurança à Leonor. 

Está bastante ligada a mim. Às vezes nem o pai quer, quando ele chega a casa, e vem a correr ter comigo. Começa a chorar quando ele tenta interagir com ela. Isto depois passa, com a insistência do pai, mas é uma coisa que me preocupa.

Estaria ela melhor numa creche, onde teria de partilhar o seu mundo com outras crianças?
Como vai ser quando se aperceber que tem uma irmã? Ela já faz muitas festinhas na barriga e dá muitos beijinhos, mas uma coisa é a gravidez, outra é quando tiver um bebé real cá em casa, e toda a atenção deixar de ser para ela. Acho que ela ainda não se apercebeu que eu não tenho um Nenuco na barriga!

Autonomia vs Segurança. Uma questão bastante pertinente para o meu caso. O objectivo de todos os pais (quase todos vá...) é que os filhos vão ganhando uma autonomia para fazer as coisas sozinhos. Mas também que tenham segurança para as fazer. E penso que esta questão não deve ser vista como "ou autonomia ou segurança", mas entretanto, a 4 semanas do nascimento da irmã, começo a ficar preocupada se o meu colo será suficiente para não deixar ir os 18 meses por "água abaixo" e fazê-la retroceder no tanto que ela já desenvolveu. Pode sentir que toda a segurança que lhe transmiti nestes 19 meses foi em vão, porque agora vai sentir-se insegura. 

O nascimento de um irmão traz sempre uma dúvida quanto à importância que nós temos na vida dos nossos pais (quem é irmão mais velho sabe disto) e pode voltar tudo o que os pais fizeram contra eles.

A ver vamos como isto vai correr!


Beijinhos

fevereiro 28, 2016

Sneak peek.

Confesso que me dá um gozo enorme andar a espreitar nos sites de roupa de bebés. Ver todas as coisas maravilhosas que se fazem por cá. Antes de engravidar da Leonor não fazia ideia da existência destas lojas.

Este ano, e para meu espanto, para a colecção Primavera-Verão, não tenho visto assim tanta coisa gira como vejo nos outros anos. Costumo ir aos "mercados" que vão acontecendo, mas este ano, com uma recém-nascida não me deve ser possível. E também não estou deslumbrada como nos outros anos. Logo agora que vou ter 2 meninas para vestir!





Este fofo é da Sal&Pimenta, e eu adorei!

Quanto às outras lojinhas que visitei nesta minha "espreitadela", tenho a esperança de que ainda falte muita roupa, e que as colecções melhorem!

Beijinhos



Carta

Maria,

Este ano promete trazer muita felicidade para a nossa casa. Este vai ser o ano do teu nascimento. Só por isso já se torna um ano cheio.

Vai ser o ano em que me vou tornar mãe de 2 crianças. Duas crianças pequenas, que precisarão ambas de atenção e cuidados. Estou certa de que vou conseguir dar atenção, amor e carinho às duas. Mas se não conseguir, tenho uma rede de suporte enorme que me irá alertar para isso. Tem muito que se lhe diga, eu sei. 

Profetas da desgraça. "Tu nem sabes onde te vais meter", "Depois a Leonor não vai dormir tão bem", "A Maria não vai ser como a Leonor". Enfim...eu sabia muito bem no que me "estava a meter". Vou duplicar o amor que vai nesta casa. De uma coisa tenho a certeza: o que for, será. São as 2 minhas filhas e isso é quanto me basta para saber que vai tudo correr bem. 

Vais ter um ambiente calmo à tua espera, por mais difícil que tu sejas. Vais encontrar muito amor. E vais encontrar uma mãe menos preocupada. Na gravidez da tua irmã, o facto de achar que não ia ser capaz de a agarrar, tirou-me o sono algumas noites. Preocupações de mãe de primeira viagem...Por isso, e agora que sei que sou capaz de fazer tudo, estou muito mais calma e só penso em ver-te!

 Apresentar-te o mundo, dar-te colo, dar-te mimos, cuidar de ti. Anseio por tudo isto. 

A mãe estará sempre aqui para ti, faças o que fizeres. Um dia hás-de saber o significado de ser mãe e isso deixa-me muito feliz. Não existe melhor coisa no mundo. O saber que se dá a vida num piscar de olhos por uma pessoa de 50 cm aquece muito o nosso coração. Que passa a bater fora do peito, é verdade! É um bocado piroso dizer isto, mas é a verdade.

Quero que corra tudo bem com o teu nascimento. O que me importa é que venhas com saúde e esperta!

Vais ter para sempre alguém em quem te apoiar. Alguém que vai lá estar caso todo o mundo te falhe. Alguém que te irá proteger e um ombro no qual vais chorar sempre que te apeteça. Alguém com quem vais brigar por brinquedos, mas depois, sem saberes como, fazes as pazes num instante. Alguém que nunca mais te deixará andar sozinha pela vida.

Bem sei que tu não vais ter irmã logo quando nasças. Bem sei que isso será um trabalho meu, de vos tornar irmãs. Mas da minha parte é com isso que podes contar: tudo farei para veres na tua irmã esse ombro. E tudo farei para a tua irmã ver em ti o mesmo ombro. 

Se fosse hoje, teria feito outra vez da mesma maneira. Não quero filhos com uma grande diferença de idades. As pessoas, conhecidas ou não, fazem aquele olhar de pena, a pensar em como será a minha vida daqui a um mês. Eu sei: vai ser uma vida com muito mais amor e coisas boas!

Beijinhos,
Mãe

fevereiro 27, 2016

Filhos.

Todos me dizem que será diferente.
Todos me dizem que não vou fazer metade do que fiz com a Leonor.
Todos me dizem que vou ser muito mais descontraída.
Até pode ser...mas para mim não há segundos filhos...são todos filhos.




E não existe nada melhor do que os filhos. Adoro ser mãe. Da Leonor. Da Maria. E dos que hão-de vir. Dizem-me que não vou ser tão protectora. Que não vou querer saber se a Maria cai, desde que se levante. Que as mães mudam com isto dos segundos filhos. 

A Maria vai sair do mesmo sitio onde a Leonor saiu. Não existe, para mim, isso de um filho ser mais especial que outro. A única diferença, a meu ver, será na atenção, que terá de ser distribuída, partilhada. Enquanto a Leonor teve a atenção exclusiva, a Maria vai nascer já com uma irmã. E isso faz toda a diferença na formação da sua individualidade. Vai nascer já a partilhar. E isso só pode ser bom. É na partilha que se aprende o melhor da vida. Aprende-se que não somos os únicos. Eu aprendi tanto com a minha irmã. Só estou com receio de não conseguir distribuir esta atenção da melhor maneira. Porque o amor não é dividido, como tantos me dizem, é multiplicado.

As minhas filhas são ambas minhas filhas. Não existe isso da "segunda filha". Quando me perguntam: "É a segunda filha?", eu respondo: "É uma filha.". Porque acredito mesmo que não existe a ordem no amor. Não existe amor de primeira e amor de segunda. Pelo menos para mim.

Serão diferentes. Nem podia ser de outra maneira. Mas uma coisa eu sei. Eu e o pai vamos dar o melhor presente que poderíamos dar a uma e a outra: um irmão. Sei que da teoria à prática vai uma grande distância, mas agora, a 4 semanas do parto, é assim que penso. Depois logo vos conto se será mesmo assim!

Beijinhos



fevereiro 26, 2016

Paz.

O João era um menino muito inteligente. Tinha 10 anos e era negro. A mãe era negra também, e o pai tinha-os deixado havia 6 anos. As lembranças que ele tinha do pai eram muito poucas. Não sabia se tinha voltado para a Nigéria, a sua terra natal, pois apesar de ter nascido em Portugal, sentia a Nigéria como o seu país, deixando tudo para trás. Queria lá ir, um dia, quando tudo estivesse resolvido. Acreditava no coração bom dos Homens. A mãe dizia-lhe para esquecer aquela terra, mas João não era capaz. Era pequeno demais para se lembrar dos avós, ou dos tios. O pai e a mãe eram as únicas pessoas de quem ele se lembrava.

A Nigéria estava em conflito e por isso os seus pais não tiveram alternativa senão fugir. O conflito era sobretudo religioso. Os pais de João eram cristãos, e apesar de não ser religioso, respeitava todas as religiões, incluindo os muçulmanos. Segundo os pais tinha sido por causa dos muçulmanos que tinham fugido da Nigéria. Mas João sabia que haviam pessoas boas em todo o lado. 

A Nigéria tinha vários problemas de direitos humanos (em Portugal estes também existiam, mas a escala era menor). João sofria abusos todos os dias, quer físicos, quer psicológicos, devido à sua cor, devido à sua mãe ser auxiliar na escola que frequentava, e até por ter boas notas. Ele sabia que não havia meninos maus. Apenas alguns menos informados, que julgavam que era a cor que definia os pensamentos. Claro que na Nigéria os problemas eram outros: execuções  e uso excessivo da força por parte das forças de segurança; impunidade para os abusos cometidos pelas forças de segurança; detenções arbitrárias; prisão preventiva prolongada; corrupção judicial, violações, tortura, tráfico de seres humanos, trabalho infantil. Era melhor ele nem pensar nisso, dizia-lhe a mãe, mas ele não entendia muito bem isto. Eram cidadãos do mundo que estavam a sofrer aqueles abusos todos, como queria a mãe que ele não pensasse nisso?!

Os abusos que João sofria, quando comparados com os que os meninos da idade dele sofriam na Nigéria, eram tão sem importância! Por isso é que ele não se queixava a ninguém. Queria era saber dele, da mãe e das notas na escola. Os professores elogiavam a capacidade do João para absorver tudo o que lhe era ensinado, e João pensava que não estava a fazer nada mais que a sua obrigação, pois queria dar um futuro melhor à mãe e a ele próprio. Alguns professores sabiam dos abusos que ele sofria. Já tinha chegado a levar uma tareia por causa da cor. Achava que isso não era um problema de tolerância. Era sim um problema de falta de respeito e de ignorância. Nunca na vida pensou em bater a um menino só por causa dele ser branco! 

O racismo era, segundo o João, o maior flagelo da sociedade. Não importava muito existir computadores e tecnologia de ponta, quando ainda se pensava assim. Tudo tinha na base o racismo. Fosse pela cor, pela religião, ou por qualquer outra coisa.Tudo tinha por base percepções sociais das diferenças as pessoas. Mas diferente não é pior nem melhor. É só diferente! A quantidade de pessoas que já deram a vida por motivos como este...

João só queria a paz. Gostava que todas as pessoas se respeitassem e pensava que assim o mundo seria um local melhor. Mas, como a mãe dizia, sonhar não chega.



Beijinhos

Amamentar ou não, eis a questão.


Grávida de 32 semanas da Leonor.


A maioria das mães faz o melhor pelos filhos. E o melhor é amamentar, disso não há dúvidas. Melhor para o bebé (defesas), melhor para a mãe (ajuda a emagrecer) e melhor para a carteira (é mais barato). Amamentar fez-me perder 20 kgs em 15 dias (sendo que só tinha ganho 18 kgs com a gravidez). A minha canina devorava o meu leite (gretou-me os mamilos ao fim de 1 hora de vida extra-uterina!!!!). Ao fim de 15 dias as coisas complicaram-se: a dor era mais que muita, e para me dar um susto de morte, começou a vir sangue misturado com o leite. Falei imediatamente com a minha médica que me disse para interromper a amamentação e dar fórmula à Leonor.

A semana seguinte foi horrível. Senti-me menos mulher, menos capaz de ser mãe, culpada...A minha mãe dizia-me para não estar assim, que não era isso que iria fazer de mim melhor ou pior mãe. Outras pessoas da minha família alargada diziam-me para continuar a tentar. O Pedro dizia que o corpo era meu, e que aquilo que decidisse estava bom para ele, que já não vivemos no século XVIII, etc e tal. O pediatra da Leonor disse que não vivemos em África, cá existe água potável e fórmulas muito boas e que não valia a pena estar a pensar mais nisso.

Mesmo assim chorei...com ela nos braços...de cada vez que lhe dava um biberão...ao fim de um tempo comecei a pensar que estava a ser parva. Eu era a mesma mãe e ela era a mesma filha. E amamentar revelou-se para mim o pior de ter uma criança.

Nesta gravidez tive de tomar a decisão de não amamentar. Pronto. Está decidido. Podem pensar que sou egoísta, má, e que não gosto da minha filha. É tudo mentira. Não quero sofrer e acima de tudo não quero que a minha filha veja a minha cara de sofrimento. Não é suposto ser assim. Não é suposto que os primeiros tempos de vida de uma criança causem tanto sofrimento.

E reparem que não defendo o abandono da amamentação....mas no meu caso é o melhor.

A primeira coisa que a Maria fará quando nascer será mamar. E no tempo em que estiver no hospital irei amamentar (até porque vou ter a bebé no Hospital de Santa Maria e é política deles só deixar amamentar). Mas quando chegar a casa, vou ter umas latinhas de NAN à minha espera! E vou gostar tanto da minha filha como qualquer outra mãe!

As mulheres sentem uma pressão enorme da sociedade em geral, e da família em particular. Ou é para ter filhos, ou é para amamentar, ou é para deixar o filho e voltar ao trabalho (isto para mim é o pior...), ou é porque não se sentem capazes de ficar com o bebé e o colocam na creche ao fim de 4 meses. Acho (tenho a certeza) que cada caso é um caso, e cada mãe saberá o que é melhor para si e para o seu filho. Porque na generalidade dos casos, uma mãe quer sempre o melhor para os seus filhos. E as mães, por tudo isto que referi e por mais umas coisas, merecem ser felizes com os filhos e desfrutar de cada instante que passem com eles. No meu caso, amamentar fazia o inverso!

Beijinhos

fevereiro 24, 2016

Os filhos não são nossos.


“Filho é um ser que nos foi emprestado para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isso mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é expor-se a todo o tipo de dor, principalmente o da incerteza de agir correctamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo.”
Saramago





Os filhos não são nossos. É das verdades que mais custa a aceitar. O nosso "trabalho" é dar-lhes segurança e conforto para se tornarem pessoas boas e integras e um dia irão ter as suas próprias vidas.

Depois de ter a minha filha, e de ser inundada por este amor tão grande, pus-me a pensar neste facto. Na coragem que é necessária para colocar neste mundo (que todos sabemos está uma porcaria) alguém a quem não podemos impor nada. A minha filha tem 18 meses e já me diz o que quer e o que não quer. Se lhe apetece uma "nanana" ou uma "açã". É meu trabalho guiá-la ao longo da vida, mas pouco mais que isso. 

Queria ter as minhas filhas para sempre debaixo da minha asa, como se fossem minhas, uma propriedade. Mas não é assim. Espero que nunca sejam de ninguém. Que nunca se submetam a ninguém. Os filhos não são nossos. Vêm através de nós, mas não nos pertencem. Não lhes podemos impor nada, nem pensamentos, nem experiências, nem futuro. E isto é das coisas mais difíceis para uma mãe perceber. 

Eu não sou da minha mãe, não penso como ela, e nunca fui formatada para ser igual a ela. Não o farei às minhas filhas, e a todos quanto tenha. Eu não sou de ninguém e as minhas filhas também não serão. Irão vestir-se como quiserem, irão pensar como quiserem, irão ter as experiências que quiserem e serão quem quiserem ser. Eu vou esperar que façam sempre o melhor. Como os meus pais esperaram. E como a maioria dos pais esperam. Mas o futuro é dos filhos e não nosso. A vida é dos filhos e não nossa.


Beijinhos

fevereiro 23, 2016

Rotinas dos bebés.

Quem cuida de um bebé sabe bem a importância desta palavra.
As rotinas têm um papel fundamental na vida de um bebé. Sendo importantes a todos os níveis. 




"Estabelecer rotinas consistentes e adequadas permite ao bebé criar um sentimento de confiança e segurança no mundo, e uma organização cognitiva das vivências do dia-a-dia que optimiza a sua aprendizagem – ao acordar, fazer as refeições, brincar, fazer as sestas e no fim do dia tomar banho e ir para a cama todos os dias às mesmas horas, e com a mesma cadência, o bebé vai conseguir prever o que vai acontecer a seguir. Esta capacidade de antecipar ajuda-o a perceber o que esperar e a confiar que os seus cuidadores vão conseguir satisfazer as suas necessidades, o que lhe transmite um sentimento profundo de segurança." (http://lifestyle.sapo.pt/familia/bebe/artigos/a-importancia-de-boas-rotinas-nos-bebes-e-criancas)

Em psicologia aprendemos que uma família sem rotinas é uma família com falta de estrutura. E um bebé sem rotinas irá ter dificuldade em se estruturar. A minha filha, por exemplo, tem estas rotinas na vida dela, e se falha alguma  começa logo a pedir "papar" e ó-ó". A minha filha almoça ao 12:30, dorme a sesta às 14 horas,  vai para a cama às 20 horas, por exemplo. E eu faço questão que assim seja, porque sei a necessidade no mundo dela destas rotinas. Porque sei a importância das rotinas. Que o bom senso prevaleça sempre, e não é necessária rigidez para lhes incutir rotinas.

"As rotinas ensinam comportamentos positivos e responsáveis, que promovem a saúde e a segurança das crianças. Através delas aprendem, por exemplo que se deve lavar sempre as mãos antes das refeições ou que se deve dar a mão a um adulto quando se atravessa a estrada. Assumem também um papel crucial no processo de retirar a fralda, seja durante o dia ou mesmo à noite, pois além da iniciativa funcional, permitem regular fisiologicamente o organismo.
As rotinas ajudam a desenvolver competências sociais. O bebé rapidamente começa a observar os ambientes em que se encontra e os padrões específicos de cada contexto, as pessoas com quem vai interagindo (ou com quem vê os pais a interagir). Vai captando os sinais e as rotinas sociais, como por exemplo, dizer “Olá” e “Adeus”, as circunstâncias para diferentes posturas, ou até mesmo algo tão simples como ter que esperar pela sua vez de falar." (http://lifestyle.sapo.pt/familia/bebe/artigos/a-importancia-de-boas-rotinas-nos-bebes-e-criancas)


Eu só tenho o exemplo de estar em casa, não sei se será mais fácil ou mais difícil para uma mãe que trabalha, mas tudo se faz desde que haja vontade! E é importante que os pais tenham consciência disto. Ajuda bastante a, por exemplo, passarem uma noite a dormir. Se forem para a cama quando a "janela do sono" está aberta, é mais fácil adormecer. Eu, por exemplo, nunca precisei de ficar com a Leonor a adormecê-la. 

Mesmo o dizer "obrigada" e "se faz favor" é uma rotina. Claro que se a criança nunca ouve isto das suas figuras mais chegadas, dificilmente dirá. As crianças são uma esponja, apreendem tudo o que se passa no seu ambiente. 

Vejo tantas crianças que beneficiariam muito das rotinas...e nem é assim tão difícil criá-las! 

Quando a Maria nascer terei de passar outra vez pelo caos de uma vida com rotinas por criar, é normal...um elemento novo na família traz sempre esta adaptação! 

Beijinhos

fevereiro 22, 2016

Madalena e o bicho.

Madalena tinha um bicho. Era o que os pais lhe diziam. E tinha também 5 anos. Para o ano iria entrar na escola. Isto se o bicho deixasse. Ouvia tanto os pais falarem e chorarem por causa do bicho que sinceramente já tinha medo. Tinha o bicho há 2 anos. Começara com uma dor de garganta, muito persistente, que insistia em não passar. Meses e meses com aquela dor, qualquer coisa inchada no pescoço, consultas, exames, médicos e enfermeiros...análises ao sangue...e veio a confirmação: o bicho chamava-se leucemia. 

Madalena não sabia o que era leucemia, mas sabia que era um bicho muito chato...que já a tinha tirado do Jardim de Infância, onde tinha deixado todos os seus amigos, tinha feito a mãe perder o emprego e o pai emagrecer. Tinha uma irmã mais velha, Matilde, de 8 anos. Nem Matilde a tratava da mesma maneira depois do aparecimento do bicho. Ela não entendia muito bem o porquê...talvez a irmã soubesse o que aquilo de leucemia significa. A irmã preparava-se para fazer uma operação por causa de Madalena. Todos diziam que era uma sorte ter uma irmã compatível. Madalena já sabia: era uma sorte ter uma irmã. Tirando quando brigavam e a Matilde lhe mordia. Madalena, muito pequena, não podia fazer nada! Já tinha aprendido que fazer queixinhas era muito feio...pelo menos era o que os pais sempre diziam!

Ter uma irmã era o melhor do mundo. Tinham-se uma à outra, sempre. Quando os pais discutiam, o que ultimamente se tinha tornado mais frequente, Matilde ia buscar Madalena e iam para o seu quarto ver um filme. O favorito era a Cinderela. Quando Madalena tinha de ficar no Hospital para tratar o bicho, Matilde ia até lá todos os dias depois da escola. Levava-lhe gomas e bolos. Os pais nem queriam saber da quantidade de doces que ela comia. Quando comia...porque às vezes estava tão mal disposta que não era capaz de comer nada, ou então vomitava tudo.

Madalena podia não entender o que era aquele bicho que lhe tirava as forças e a deixava cansada como se tivesse acabado de dar uma volta à escolinha a correr, mas sabia muito bem que o bicho a podia comer. Às vezes sonhava que o bicho era um leão muito grande que esperava por uma oportunidade para a comer. E ela tinha medo. Às vezes chorava...quando a mãe não estava a ver. Sentia-se responsável pelo que tinha feito à sua casa, pelo caos em que a tornara. Mas logo vinha um médico ou um enfermeiro que a acalmavam e diziam que ela não tinha culpa nenhuma. 

Já tinha feito amigos no hospital, e às vezes iam lá pessoas que ela via na televisão e iam palhaços com o nariz vermelho! Ela só esperava que aquilo tudo acabasse depressa pois já só tinha 11 meses até começar a escola...e Madalena queria muito ir para a escola, aprender a ler, para depois saber que raio de bicho era aquele que deixava toda a gente assustada!

Coragem era coisa que nunca lhe faltou, para todas as vezes em que tinha de suportar a dor, em que tinha 1001 exames para fazer, em que lhe tinham tirado muito sangue, em que tinha de ficar horas numa sala a soro...afinal ela tinha 5 anos e podia-lhe faltar coragem e paciência! Mas se havia coisa que Madalena tinha aprendido na sua curta existência, era que só com determinação se alcançava os objectivos. E ela tinha um objectivo: matar o bicho.

Beijinhos

Rotinas.


O pequeno-almoço é a refeição mais importante do dia. Apesar de nunca ter dado muita importância à alimentação, o que é certo é que quando estou grávida sou "obrigada" a fazer uma refeição o mais saudável possível. Por isso começo sempre o meu dia com uma papa de aveia. 

Após a noite, há que restabelecer a energia, e isso só se consegue com os nutrientes essenciais. E eu preciso de muita energia, porque a Leonor não me dá descanso!

Fazer papas de aveia nunca foi tão fácil. A Bimby é um espectáculo no que toca a facilitar a vida de uma mãe! Eu e a Leonor já não dispensamos!

A aveia é óptima: tem muita fibra, ajuda na redução do colesterol (prevenindo assim doenças cardiovasculares) e reforça o sistema imunitário. Tem vários minerais: cálcio, ferro, potássio, sódio, fósforo, zinco. Todos eles são essenciais para levar uma gravidez saudável!



Beijinhos



fevereiro 21, 2016

A culpa é da mãe.

Sou formada em Psicologia. Clínica. Psicodinâmica. Para mim, escolhi a profissão e o curso certo. E o que aprendi, de forma muito resumida, é que a relação mãe-bebé vai condicionar todo o futuro da criança. A forma como nos (mães) vamos relacionar com o bebé irá influenciar todas as relações futuras. É a primeira relação do bebé, e portanto deve servir de "exemplo" para as relações futuras. Mas, vamos lá não cair em fundamentalismos...

Eu, tendo sempre presente isto tudo, e com a minha formação como base, tendo a ter presente princípios básicos da psicodinâmica, de modo a não envergonhar Freud! Mas, para mim, a minha formação tem sido uma pedra no sapato. E eu tento esquecer-me dessa formação, e tento ser apenas mãe. Sou mãe. Nesta fase da minha vida, em que não estou a exercer, o ser mãe ocupa-me todo o tempo. Em tempos diferentes sou estas 2 coisas, mas nunca as sou em conjunto. Ou seja: eu não sou a psicóloga da minha filha. 




Tendo por base esta ideia: não sou psicóloga da minha filha, tento levar uma vida calma e tranquila, pondo de lado todo o "sentimento de culpa" por ter feito isto ou aquilo à minha filha. Faço sempre em consciência e não sou perfeita, como todos esperam. "Ah, és psicóloga, é mais fácil para ti ser mãe". Não, não é. Claro que eu, tendo presente que as rotinas são importantes, aplico-as com a minha filha. Claro que, sabendo que o deitar cedo é muito importante, deito a minha filha sempre cedo. Mas para fazer isto não é necessário ser psicóloga...é preciso bom senso para perceber que é o melhor para os nossos filhos. Ter rotinas e horários e regras. Mas, por exemplo, só amamentei 15 dias, e isto para o Freud era pecado (custa-me que um homem opine sobre este assunto...). 

Penso que para uma mãe, que está a tentar fazer o melhor pelos seus filhos, estar sempre a ouvir: "Ah, mas tu és psicóloga, a tua filha não devia fazer birras." Claro que devia, claro que deve. Ainda ontem à tarde fez uma birra enorme porque não a deixei mexer no lixo. É a vida. E é assim que se forma a personalidade. Não é tanto pelas cedências, mas mais pelas recusas. Isto dava para escrever um livro. Mas tenho a certeza que já existe por aí um livro de uma mãe que por acaso é psicóloga.

Se tiverem amigas/amigos nesta situação, não lhes digam coisas como as que ouço...porque acabamos por nos sentir mal por afinal ter um filho como os outros! 


Beijinhos

fevereiro 20, 2016

Sol de Inverno.




O dia está fantástico. Ideal para ir passear. E não conheço sítio melhor para o fazer do que Óbidos.
Adoro Óbidos. Casei em Óbidos. Acho uma vila tão acolhedora e é inegável o seu património cultural. Parece que se respira cultura! Entre igrejas que também são livrarias e livrarias que também são mercearias!




A roupa, por estes dias, tem de ser o menos apertada possível. Já estou a 5 semanas do parto, e ao contrário das grávidas da blogosfera, eu não consigo evitar o inchaço! Como é uma gravidez de risco, todo o tipo de drenagens linfáticas me está proibido e então é inevitável a retenção de líquidos! As minhas Stan Smith têm sido a minha salvação. Já não as dispenso. As minhas pernas já só querem ficar quietas! 

Ainda só engordei 10 kgs (e digo só porque na gravidez da Leonor a esta altura já tinha engordado 16 kgs!). Em minha defesa tenho a dizer que tenho uma bebé saudável a crescer dentro de mim e que tenho uma quantidade razoável de liquido amniótico (também pesa!). A minha esperança é que perca todo o pesa (e desinche) tão facilmente quanto da primeira gravidez!


Beijinhos

fevereiro 19, 2016

Birras.

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Já se sabe que as mães falam dos filhos...isto é tão certo como 1+1 ser igual a 2. Agora, um blogue que fale de filhos e de mães têm obrigatoriamente de ter incluído as birras e as lamentações. Todas as lamentações e birras fazem parte do ser criança. Haverá sempre alturas em que os nossos filhos tentar ultrapassar os limites, ou então está qualquer coisa errada com essa criança. 

A desdramatização da birra, o vê-la como algo que faz parte do desenvolvimento (saudável) de uma criança, faz parte de uma maternidade feliz e saudável. A maior parte das vezes, uma criança faz uma birra porque quer conseguir algo. Nem sempre pode ter o que quer, e isto faz parte de um crescimento saudável.

A minha filha, por exemplo, que até é uma criança bastante fácil de levar, de vez em quando faz uma birra. Porque é contrariada e não gosta. Ainda ontem fui passear um bocadinho com ela aqui pelo bairro e ela quis levar o carrinho com o Nenuco. Até aqui está tudo bem...mas depois não queria ir no passeio, só queria ir na estrada...eu não deixei (por motivos óbvios) e vá de fazer uma birra enorme. 

Metam uma coisa na cabeça: fazer birras é saudável e até bom para o desenvolvimento da personalidade da criança. Agora cabe aos pais decidir para que lado querem ir: se querem que não façam birras então é fazer-lhes as vontades todas...se querem que eles percebam que há coisas que podem fazer e coisas que não podem fazer então têm de contrariar de vez em quando. 

Beijinhos

fevereiro 18, 2016

Consulta de pediatria.


Hoje foi dia de ir visitar o Dr. Mário Cordeiro.
A consulta dos 18 meses não podia ter corrido melhor.
A Leonor pesa 11 kg e mede 82 cm!
Está bastante curiosa com o que se passa à sua volta e já fala muito!

Falámos da minha gravidez e dos "perigos" que isso pode trazer ao comportamento da Leonor. Pode regredir, pode fugir a esta curiosidade que ela tem, pode fechar-se num mundo só dela, pode sentir-se rejeitada, pode sentir-se desprezada...e cabe a nós, pais, evitar que isto aconteça. 

O Dr. referiu, e com razão (eu nunca tinha pensado nisto!), que vai ficar guardado na memória da Leonor o que é ser mãe. Ao ver-me, nos cuidados com a Maria, irá guardar e replicar quando for mãe. Será como se estivesse a ver os cuidados que tive com ela, pois desses ela não se lembra. Um dia mais tarde, ao ser mãe, saberá o que terá de fazer e como cuidar de alguém. 

Até parece mentira que eu, ao ser psicóloga, não me tenha lembrado disto. 

Os filhos de um casal não são irmãos, ou seja, são filhos dos mesmos pais mas só se tornarão irmãos se os pais se esforçarem para isso. Quantos filhos dos mesmos pais que não são irmãos conhecem? O trabalho é todo dos pais, e o bom ou mau resultado dessa jornada é também da responsabilidade dos pais!

Beijinhos


fevereiro 17, 2016

Gravidez.

Estou grávida de 34 semanas (e meia!). Já não falta tudo para ter a Maria nos meus braços.
Assim, gosto de ir registando todos os momentos em que a tenho no conforto do meu corpo.



Todos os dias a barriga cresce mais um bocadinho, e apesar de a gravidez não ser o meu momento favorito, tem o seu encanto.
Estou a gerar um ser humano, e não existe nada mais mágico que isso. 



Hoje, com o meu marido em casa, foi dia de ir desfrutar o que esta zona tem de melhor. 
Nas últimas semanas da gravidez o meu pensamento foge sempre para o parto, então nada melhor que ir espairecer para sítios bonitos como a Lagoa de Óbidos e a Foz do Arelho. O mar dá-me a calma necessária para conseguir enfrentar estas últimas semanas da gravidez!




Beijinhos






Nessie


Este blog nasceu há cerca de 2 meses, na plataforma Sapo. Agora, a conselho da querida Joana (writtenbyjoana.blogspot.pt), mudei de plataforma e aqui estou eu, a inaugurar o meu novo blog.
O design novo (e lindo) também é da responsabilidade da Joana. 

Incentivada por amigas e por pessoas queridas que me diziam "Porque não começas um blog?", resolvi começar sem qualquer tipo de ambição. Até porque a minha profissão, de momento, é ser mãe. É o maior desafio da minha vida! Fascinei-me pelo mundo dos bebés e das roupas pequeninas, a partir do momento em que engravidei da Leonor. Agora, grávida da Maria, esse fascínio só tem aumentado. É um blog de lifestyle, com os pés assentes na terra...ou seja...neste blog encontrarão birras e tudo o que a maternidade engloba. Assuntos relacionados com moda, e estilo também irão estar presentes.