março 14, 2016

Meio para atingir o fim.





Que fique claro: eu não gosto de estar grávida. Quando me perguntam se a gravidez foi desejada eu digo que não. A gravidez é uma coisa necessária para ter filhos. E é assim que a vejo: um meio para atingir um fim. Se me fosse dada a opção de ser eu ou o meu marido a passar por todo este processo, eu não hesitava. Não sei é se algum homem iria achar piada a isto. 


Se considero um milagre? Sim. É a única coisa na vida que vejo desta maneira. Gerar um ser há-de ser o maior milagre da vida de um ser humano. E são as mulheres que são geradoras de vida. Já pensaram no que o nosso corpo passa para se adaptar a uma nova vida que cresce dentro de nós? Eu penso nisso todos os dias. Eu consigo gerar uma vida. Claro que isto já foi analisado por todos, inclusive por mim...

Quando me perguntam se a Maria foi planeada, eu digo que sim. Parece um contra-senso. Como se pode desejar um bebé e não desejar a gravidez? E eu nem sou das que passa pior na gravidez...ando aqui às 38 semanas e uns dias apenas com o desconforto que ter uma bebé de 3 kgs no ventre causa. Tirando isso, nunca precisei de estar acamada, e ainda consigo pegar na minha filha de 12 kgs ao colo. Passo os 3 primeiros meses a vomitar, o que também é normal. Passo os outros 6 meses a vomitar de vez em quando, o que é menos normal, mas só causa incómodo! Nada de muito preocupante para a bebé. Portanto, nem devia queixar-me da gravidez. Mas queixo.

Existem mulheres que adoram estar grávidas, e eu invejo-as! Dizem que é o melhor tempo da vida delas, e eu invejo-as. Certamente seria mais fácil se eu gostasse de estar grávida. Adoro ser mãe...e ser mãe de duas meninas será certamente melhor que ser mãe de uma. Algumas pessoas dizem-me que eu não sei o que me espera, para a deixar cá dentro (como se isso fosse uma escolha minha), que assim não preciso de me preocupar com ela. Enganam-se. Eu preocupo-me com a minha filha desde antes de engravidar, porque há toda uma série de coisinhas que tenho de fazer! A minha gravidez não é normal, é de risco...risco para mim e para a minha filha.  Portanto é uma gravidez chata. 

Mas eu nem devia queixar-me, porque há tantas gravidezes piores e há aquelas mulheres que nem conseguem engravidar. E eu nem sei como seria se isso acontecesse comigo!

Beijinhos.

2 comentários:

  1. Olá Inês, concordo e muito contigo. Identifico me nest post. Eu tive dores de costas horríveis, e embora não tivesse gravidezes de risco, tive diabetes gestacional na segunda e não desejo a ninguém. Sempre assumi, não gostar de estar grávida, e não me identificar com bebés, porque acho que não os entendo, e fazem me sentir imensa culpa quando não os consigo ajudar, sinto me impotente, triste e acho que bebés, é o maior desafio que Deus lançou à terra, porque choram muito e ficamos atrapalhadas, e porque pelo menos os meus, foram muito doentes...e nós sempre com o credo na boca. Gosto de crianças.
    A gravidez deixa nos impotentes a dada altura, principalmente a calçar sapatos!!! E a não ter posição de dormir, entre outras coisas!
    Por isso e tal como tu acho que é um meio para atingir um fim.
    No entanto admiro toda a envolvência do conceber, ao dar à luz. Acho que somos mesmo uma dádiva, por podermos fazer alguém nascer!!! Por darmos de mamar, por não dormirmos, por termos a capacidade de estar em alerta permanente. Os homens não teriam essa capacidade e por isso fomos as escolhidas!!!!

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    1. É verdade...chega a um ponto em que é muito chato!

      Mas não deixa de ser uma coisa maravilhosa que acontece às mulheres!


      Beijinhos

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