março 02, 2016

A dor pelo amor.




Se há coisa que ter filhos me ensinou é que não existe dor que o amor não consiga suplantar. A dor física de dar à luz uma criança não tem comparação com nenhuma outra. Ainda que me tenham enganado ao dizer que se já tinha tido cólicas renais, ter um filho seria canja! Não é. É uma dor horrível, que nenhuma mulher quer voltar a ter se não for para ter uma criança! E mesmo assim esquecemos tudo o que sofremos quando nos colocam o bebé no colo.


A 3 semanas do parto, e em jeito de reflexão, filosófica ou não, eu digo que não existe nada que possa ser mais forte que o amor. Verdadeiro. Daquele que eu penso só existir num estado puro, de pais para filhos. Nós crescemos com o amor dos nossos pais, e é com ele que aprendemos a amar de volta. É esse amor que nos dá as bases do nosso ser. Porque nós nascemos dependentes dele, e só com ele nos podemos tornar pessoas. Ensinaram-me o amor. Como mais tarde, me ensinaram a ler.



O amor aos filhos é maior que tudo isto. O amor aos filhos têm de começar em nós, pais. O amor cura tudo. Salva tudo. O amor aos filhos é o único amor que parte de nós quando eles, os filhos, ainda não sabem o que é amar. Eu, estou neste momento, a ensinar a minha filha a amar um futuro filho dela. Os cuidados que tenho ou não com ela ficarão para sempre marcados e o bom ou mau desempenho dela enquanto mãe estão dependentes do meu desempenho.


Dizem que a dor do parto ensina-nos a dar valor a um filho. Tretas. A dor no parto existe porque é difícil tirar uma criança de dentro de nós. Claro que a dor é subjectiva. Mas penso que o amor não está dependente da dor. São coisas que inventam...possivelmente um homem...para nós nos sentirmos melhor. O melhor exemplo disso é o amor de um pai para um filho, uma vez que os homens não sentem qualquer tipo de dor física no parto. Sentem dor emocional, quando a mãe está demasiado ocupada para a sentir. 

Tenho pensado muito acerca da dor e do amor. E não, não teria este tipo de dor por mais nada deste mundo (pelo menos uma dor opcional, como o é a dor de ter um filho). 

O amor não está dependente do tipo de dor. Não depende da intensidade da dor. O amor que se sente por um filho não está dependente de nada, na verdade. Por isso se chama incondicional. Por isso arrancávamos um braço com a nossa própria força para salvar um filho. Por isso é que há mães de assassinos que vão às prisões visitá-los. Por isso é que o amor de mãe não tem comparação com nenhum outro. 



Beijinhos



2 comentários: